“O Mostrengo” de Fernando Pessoa foi declamado por um aluno do
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou trez vezes,
Voou trez vezes a chiar,
E disse, «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo,
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou trez vezes,
Trez vezes rodou immudo e grosso,
«Quem vem poder o que só eu posso,
que moro onde nunca ninguem me visse
e escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse,
«El-Rei D. João segundo!»
Trez vezes do leme as mãos ergueu,
Trez vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer trez vezes,
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quere o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
A professora Paula Bebiano, responsável pelo ensino da Língua Portuguesa, estabeleceu a ligação entre as duas obras escutadas e Os Lusíadas, comentando alguns dos aspectos comuns.
Uma vez que havia ainda tempo, os alunos foram convidados a ler um conto de Eça de Queirós, actividade a que aderiram com agrado.
Vários exemplares da obra foram distribuídos pelos presentes e a leitura integral foi feita, em voz alta, por alunos voluntários.
Nesta sessão estiveram presentes duas turmas:
Maria F.